Burguer de polenta com arroz e salada verde



Um destes dias, andava a arrumar os armários da minha cozinha quando reparei que ainda tinha por utilizar um pacote de polenta. Naquele instante, comecei logo a pensar que receitas podia fazer com este resultado da moagem incompleta dos grãos de milho.

Quando era pequena, a minha avó materna fazia as papas de milho de variadíssimas maneiras tanto doces como salgadas. As minhas favoritas eram aquelas em que ela colocava leite, canela e limão, tal como se faz agora nas receitas de papas de aveia.

Ficavam tão saborosas que eu achava aqueles lanches e pequenos almoços um verdadeiro manjar da culinária regional. 

Hoje em dia, voltando aos tempos da minha infância, posso afirmar que as receitas do nosso lindo Portugal são de uma riqueza extrema a nível cultural.

No entanto, sendo vegetariana desde que tomei essa consciência, tenho alterado algumas dessas receitas, pois acredito que o que é bom deve manter-se sem ferir os animais, a nossa saúde e o planeta.

Este burguer foi pensado com o intuito de testar a sêmola de milho noutra perspectiva gastronómica. Numa vertente mais actual e moderna, dando espaço para mostrar que todos os alimentos podem ser transformados naquilo que se quiser, juntamente com outros ingredientes que façam sentido.

Aqui deixo a receita com muito sabor, alma e cor 

Ingredientes:

150g semola de milho
1 courgete pequena 
1 cenoura grande
1 cebola roxa
2 dentes de alho
2 colheres de sopa de sementes de chia demolhadas em 6 colheres de sopa de água durante 15 minutos ou até ficar com um aspecto gelatinoso 
Metade de um pimento vermelho
80 g farinha de aveia ou outra à escolha
1 colher sopa de levedura nutricional
1 colher sopa de polvilho doce
temperos: 1 pitada de curcuma, pimenta preta, pimentão doce e alho em pó
1 molho de coentros 
1 pitada flor de sal
300 g de água a ferver
Azeite q.b

Num wok fazer o refogado com azeite, a cebola e o alho picados finamente, juntar os legumes cortados mais os temperos a gosto e deixar a cozinhar mexendo sempre durante uns minutos. Reservar.

Num tacho colocar a água a ferver e juntar a sêmola de milho com uma pitada de flor de sal e o molho de coentros apenas para dar sabor segurando com a mão de forma que fiquem a boiar dentro do tacho. Quando terminar de cozinhar retirá-los deixando a polenta arrefecer e reservar.

Numa taça juntar o preparado da polenta com os legumes mais a farinha de aveia, a chia, o polvilho doce e a levedura nutricional amassando com as mãos. 

Colocar a massa em moldes de burguer ou moldar com as mãos. No final, assar no forno pré aquecido a 180° uns 15 minutos de cada lado ou até ficarem levemente dourados. 

Podem também assar na máquina Airfryer ou levar a uma frigideira com um pouco de azeite.

Acompanhei esta receita com arroz basmati simples e uma salada verde com tomatinhos.

Bom apetite.

Tarte cheesecake de limão e côco com frutos vermelhos


Ontem foi o Dia das Mães, e como tal, resolvi fazer esta Tarte para comemorar essa data tão linda e especial. 

Apesar de achar que Ser Mãe é todos os dias das nossas vidas, sinto sempre uma enorme alegria por poder estar na companhia da minha mãe. É bom estarmos com as pessoas que amamos.

Dá-nos uma certa leveza e a certeza de que ali estamos bem porque somos amados e acarinhados por quem nos quer bem. Tal como as outras mães, as avós, tias, madrinhas ou amigas, também elas têm o seu papel a desempenhar nas nossas vidas. 

Ser Mãe, para mim, é assim uma dádiva da natureza, um suspiro de luz e uma razão de Viver.

Mas falando da tarte, desta vez utilizei apenas alimentos naturais e crus sem ingredientes de origem animal. Não precisa de ir ao forno e basta ficar no congelador ou no frigorífico. 

É uma boa opção para este tempo primaveril mais quente, já que sabe sempre bem uma sobremesa ou doce fresquinho.

Existem muitas variedades de sabores de tartes ou cheesecakes veganitos, no meu caso, gosto de fazer com limão ou sumo de limão, côco ralado ou fresco, framboesas e morangos ou frutos vermelhos, kiwis e mangas.

A base fica ao vosso critério, no entanto, quando não tenho tâmaras medjool utilizo aveia em flocos finos com tamaras deglet nour ou avelãs e amêndoas. 
Tudo depende do vosso palato e que ingredientes ou alimentos mais apreciam para fazer estas receitas.



E agora vamos à preparação:

Base:
300g tâmaras medjool grandes
80g côco ralado biológico 
220g amêndoas sem casca

Recheio: 
400g caju cru demolhado em água de véspera
1 abacate maduro
1 embalagem de natas de côco batidas
140ml óleo de côco
170 ml xarope de acer 
1 chavena de sumo de limão 
Raspa de meio limão 

Cobertura:
250g frutos vermelhos congelados
80 ml xarope de acer 
Raspas da outra metade do limão

Preparação:

Colocar as tâmaras juntamente com as amêndoas e triturar na bimby ou num processador potente durante uns segundos. Juntar o côco ralado e triturar novamente até ficar uma pasta cremosa. 

Adicionar este preparado numa tarteira com a ajuda das mãos ou de qualquer instrumento de cozinha que ajude a pressionar a massa. Reservar no congelador.
Para fazer o recheio colocar os cajus na bimby depois de descartar a água da demolha. Juntar o abacate, as natas de côco batidas, o óleo de côco, o xarope de acer, o sumo e a raspa de limão.

Triturar na bimby esta mistura até ficar com uma textura cremosa.
Com a ajuda de uma espátula espalhar o creme por cima da mistura das tâmaras e levar novamente ao congelador. 

Para fazer a cobertura basta levar um tacho ao lume com os frutos vermelhos mais o xarope de acer e o limão.

Mexer muito bem durante uns 5 minutos. Verter o líquido por cima da tarte e decorar a gosto. Quando arrefecer levar ao congelador até servir.

Pastéis de grão, batata doce e alho francês


Já todos sabemos que cozinhar é um acto de amor para connosco e para com os outros, quer sejam familiares, amigos, conhecidos ou simplesmente para alguém que quer aprender a comer melhor.

Quando estou na minha cozinha, gosto de pensar nas pessoas que vão comer os pratos que estou a fazer, sendo esse um dos factores determinantes para que esteja em paz comigo mesma e com aqueles que me acompanham nesta minha jornada evolutiva. 

Não costumo fazer um plano semanal das minhas refeições, pois na maioria das vezes, basta ficar a olhar para os ingredientes que estejam à minha frente para que surjam logo uma série de ideias na minha cabeça. 

Sempre que faço bolinhos com batata ou com arroz lembro-me da minha querida e doce avó materna. Ela fazia uns pastéis de bacalhau com arroz de tomate que ficavam uma delícia.  

Lembrei-me de fazer uns pastéis parecidos mas sem nada de origem animal, só com grão de bico já cozido mais umas lindas batatas doce e juntei uns belos pedaços de alho francês que tinha guardados para esse efeito.

O alho francês nesta receita vai dar uma textura muito semelhante ao bacalhau, pois se prestarem atenção deixa transparecer uns fios muitos parecidos.

O ano passado comprei uma máquina Airfryer no Lidl e estou muito satisfeita com esta minha compra. Sempre que faço burguers vegetarianos, pasteís ou bolinhos coloco lá dentro e deixo a assar uns 10 minutos. 

Também se podem colocar a assar outros alimentos como batatas, batatas doce, courgetes, beringelas, legumes. 

Estes pastéis de grão ficaram deliciosos e acompanhei com um arroz de ervilhas que veio embelezar ainda mais esta refeição. 

Bom almoço 



Ingredientes:

120 g farinha aveia sem gluten ou até dar liga
1 colher de sopa sementes de chia em três colheres de água durante 15 minutos até ficar com uma consistência gelatinosa
1 colher de sopa de levedura nutricional (Nutritional Yeast)
1 colher de chá de polvilho azedo
1 colher de café de pimenta caiena, curcuma, pimentão doce e alho em pó
3 alho francês pequenos bem picados
1/2 chávena de grão de bico cozido
200 g batata doce cozida
1 cebola roxa pequena
1 pitada flor de sal
1 fio de azeite
1 alho grande
1 folha de louro
1 mão cheia de coentros
Umas tirinhas de cebolinho fresco

Preparação:

Cozer o grão com uma pitada de flor de sal mais uma tira de alga kombu ou um pedaço de gengibre e reservar. Num tacho, colocar um fio de azeite, a folha de louro, o alho francês, a cebola e o alho cortados bem fininhos e deixar cozinhar uns minutos. 

Num processador ou na bimby triturar na vel4 esta mistura uns segundos de forma que o grão não fique empapado. Juntar o preparado numa taça e ir adicionando a farinha de aveia aos poucos com os temperos, o cebolinho cortado aos bocados mais os coentros, a levedura nutricional, o polvilho azedo e as sementes de chia hidratadas em água até obter uma massa homogénea. 

Se pretender pode mexer com as mãos para trabalhar melhor todos os ingredientes. Moldar os bolinhos e colocar meia hora no frigorífico para ser mais fácil de cozinhar. 

Levar ao forno com um fio de azeite por cima a 150º durante uns 25 minutos e virar a metade do tempo ou fritar num wok com um pouco de azeite. 

Se tiverem a máquina airfryer basta colocar um fio de azeite por cima e levar a assar uns 10 minutos.

Bom apetite.

Tarte de tiramisu com tâmaras e cacau


Estou a escrever esta receita no primeiro dia do ano de 2018 e isso deixa-me imensamente feliz. Tenho estado afastada aqui do blog e mais ligada à página do blog no facebook. No entanto, vou fazer os possíveis para que durante estes próximos tempos fique mais empenhada e focada em trazer-vos mais e melhores receitas aqui deste lado.

Quero ainda desejar-vos um bom ano, que este venha recheado de muita saúde, amor, paz e alegria para todos, bem como muita comida vegetariana, saudável e nutritiva, com ingredientes do bem para aquecer e deliciar os vossos corações.


Esta tarte foi uma surpresa muito agradável, pois quando estava a fazê-la reparei que podia alterar alguns dos ingredientes originais do tiramisu normal e fazer de forma diferente. Sei que pode parecer estranho para muitos de vocês mas nunca gostei de café, nem sei bem explicar porquê, talvez seja do travo amargo. Contudo, se me oferecerem algo que tenha o seu aroma fico imensamente feliz. 

Confeccionar um tiramisu veganito já não é muito simples, agora ter de substituir o café por cacau foi mesmo algo que surgiu na hora. Como não aprecio tiramisu normal por causa do café decidi que podia ser agradável fazer esta alteração. 

E posso afirmar-vos que ficou bom demais.



Aqui vai a receita:

1 chávena flocos de aveia sem glúten
1 chávena farinha de avelãs 
250g tâmaras medjool ou deglet nour
8 colheres de sopa de cacau em pó biológico
16 colheres de água a ferver
5 ml essência de baunilha
140g cajus demolhados em água de véspera
80 ml de água à temperatura ambiente 
6 colheres de sopa xarope de ácer 
1 pacote de natas de côco sem açucar

Preparação:

Colocar num processador ou na bimby os flocos de aveia sem glúten e triturar bem até ficarem reduzidos a farinha de aveia. Ferver água, colocar o cacau em pó biológico numa chávena e deitar 8 colheres dessa água. Mexer bem e juntar metade dessa mistura ao preparado anterior. 

Adicionar metade das tâmaras mais a metade da essência de baunilha. Triturar muito bem esta mistura uns segundos de forma que fique uma massa bem homegénea. 

Num recipiente de vidro, colocar papel absorvente e deitar lá para dentro o preparado uniformemente com a ajuda das mãos. Levar ao frigorífico. 

Juntar a farinha de avelãs ou outra oleaginosa à vossa escolha ao processador juntamente com as outras tâmaras, a essência de baunilha e a mistura do cacau mais a água a ferver. Triturar tudo muito bem. Colocar num recipiente com uma folha de papel absorvente com a ajuda das mãos. Levar ao frigorífico. 

Num processador juntar os cajus devidamente demolhados em água pelo menos durante 4 horas mais as natas de côco sem açucar, as colheres do ácer e por último a essência de baunilha. Juntar a água e triturar tudo muito bem.

Numa taça de vidro juntar cada preparado por camadas e finalizar com cacau em pó biológico e côco ralado por cima.

Levar ao frigorífico até servir.


P.S. No lugar da farinha de avelãs pode fazer com farinha de amêndoa, de cajus ou outra oleaginosa à sua escolha. Para que estas oleaginosas fiquem com uma textura de farinha basta triturar num processador ou bimby durante uns minutos.
Esta receita fica mais saborosa se for confeccionada no dia anterior a ser servida.